Mulheres da localidade de Cruzeirinho mudando a realidade da comunidade

Há um ano um projeto voltado a geração de renda mudou a vida e a rotina de dez famílias moradoras da comunidade do Cruzeirinho, interior do município de Cerro Negro. Através do Centro Vianei de Educação Popular, da cidade de Lages, e inscrição do projeto no Fundo Casa e Fundo Socioambiental da Caixa Econômica Federal, o Grupo de Mulheres do Cruzeirinho, foi contemplado com o valor aproximado a R$ 30 mil que foram utilizados para compra de material e construção de dez estufas, as quais serão utilizadas para o cultivo de produtos orgânicos.
Durante o período de um ano, o engenheiro agrônomo Ricardo Brasil Severino, do Centro Vianei de Lages desenvolveu o projeto junto às mulheres da Associação, a qual envolveu 11 famílias diretamente ao projeto.
Ricardo destacou que o grupo cresceu muito durante esse ano de atividades. “Há um ano o grupo era informal, já tinha algumas atividades junto ao Centro Vianei, e com o lançamento do edital que buscava projeto voltados a geração de renda, elas aproveitaram a oportunidade. Para isso foi necessário criar a associação, que agora tem condições de buscar novos projetos e parceiros”, comentou o técnico.
O projeto voltado a geração de renda buscou a construção de estufas para produção de frutas e verduras orgânicas e com o valor repassado foi possível construir 11 estufas, todas com sistema de irrigação por gotejamento, mudas de interesse comercial, além da aquisição de um motocultivador para ajudar no trabalho com a terra e bombonas para a realização de compostagem, gerando o adubo que é utilizado nas estufas.
Durante um ano o grupo passou por capacitações em 12 encontros e, de acordo com Ricardo, todas as metas estipuladas no início do projeto foram cumpridas, superando as expectativas. “Agora elas possuem não só uma associação, mas um grupo estruturado, pois o projeto ajudou muito no amadurecimento da associação e no processo organizativo do grupo, que agora tem maturidade para buscar novos parceiros”, enfatizou Ricardo.
Os produtos cultivados pela associação já estão sendo entregues para o PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar e buscam parceria para disponibilizar também para o PAA – Programa de Aquisição de Alimentos, sendo que todos os produtos cultivados de forma orgânica possuem certificação através da Rede de Agroecologia Ecovida. 
Dirlei Conceição Luis, presidente da Associação, não escondeu a alegria em finalizar o projeto que mudou a realidade não só do grupo de mulheres, mas de toda a comunidade. “Há seis anos temos o nosso grupo de mulheres que agora se tornou uma associação. Esse projeto veio fortalecer nosso grupo, melhorando a nossa alimentação com produtos orgânicos e da comunidade, pois nossa intenção é gerar renda através da venda de nossas frutas e verduras. Tínhamos muitas dificuldades em produzir, principalmente, no inverno e agora nossa realidade mudou”, comentou Dirlei destacando que com o aumento na produção, além de realizarem a entrega para a merenda escolar, vão buscar participar da feira que acontece semanalmente na sede de Cerro Negro.
Dirlei esteve em Brasília durante uma semana apresentando o projeto que se tornou um grande incentivo não só para as 12 mulheres parceiras da associação, mas de toda a comunidade, inclusive dos homens que passaram a acreditar que é possível com a união de todos, mudar a rotina e a vida das famílias.
Dirlei convida a todos da comunidade que quiserem participar da associação, a qual ela está de portas abertas para acolher todos os moradores. A presidente agradece ao técnico Ricardo do Centro Vianei, a Prefeitura Municipal, a comunidade e a população que lhes ajudou, a Fundação Casa, Caixa Econômica, Epagri e a todos os parceiros.
Para encerrar, Dirlei agradeceu a presença de todos que participaram da atividade de encerramento, a qual aconteceu no salão da comunidade, uma vez que a Associação ainda não possui uma sede própria, sendo este um novo projeto das mulheres. 
Após um relato das atividades desenvolvidas durante o ano, os participantes do encerramento puderam conhecer as estufas, acompanhar um pouco do trabalho diário das mulheres e participaram de um café.

Fonte: Jornal Correio dos Lagos